A Mulher do Cemitério
Minha amiga certo dia me contou a estória
de um rapaz que estava indo para casa em seu carro, quando ele passou em frente
ao cemitério e viu uma bela jovem. Ele acelerou o carro e foi em sua direção
para falar com a jovem, mas quanto mais ele tentava se aproximar dela, mais ela
se distanciava dele. Esse fato passou a ocorrer todos os dias depois que ele
voltava do trabalho, e o jovem nunca conseguiu se aproximar dela. Outro dia,
como de rotina, ele a viu, só
que dessa vez ela lhe pediu carona. Após a jovem entrar em seu carro e eles
começarem a conversar, ela viu um bonito anel no dedo do rapaz e lhe pediu para
experimentá-lo. Ao colocar o anel em suas mãos, a mão da jovem se desprendeu de
seu corpo, ficando sobre as mãos dele. Então, o jovem, muito assustado
percebeu, a partir daquele momento, que a jovem que estava em seu carro era um
espírito.
Narrado por: Ana Paula de Menezes e Silva.
Descrito por: Érica
Sheila Matias da Silva (pesquisadora/aluna).
Sheila Matias da Silva (pesquisadora/aluna).
A Procissão
Há cerca de quarenta anos atrás, minha
madrinha contava a estória de uma costureira da zona rural de Rio Tinto, que
trabalhava em casa e deixava a porta da sala aberta. Todos os dias suas amigas
iam para sua casa. Enquanto ela costurava e conversava com suas amigas, estas
sempre falavam para ela não ficar costurando até tarde para não ver nada de
estranho, mas ela não ligava. Depois que todos saíam de sua casa, ela
permanecia a costurar e ficava trabalhando até altas horas da noite. Certo dia,
enquanto ela costurava como de costume, já altas horas da noite, ela ouviu
muitas pessoas passando próximo à sua casa. Chegando à porta, viu uma
procissão, com todos cantando e vestidos de branco com uma vela na mão. De
repente, vem em sua direção uma mulher com um véu na cabeça e entrega em suas
mãos uma vela, dizendo que no dia seguinte, naquele mesmo horário, viria buscar
de volta a vela. Ela agradeceu a mulher e entrou em casa.
No dia seguinte, ela relatou para suas
amigas o que ocorrera na noite anterior e perguntou se alguma de suas amigas
tinha visto ou escutado algo semelhante. As amigas disseram que não tinham
visto nada. A costureira, indignada com o fato de suas amigas não acreditarem
nela, foi buscar a vela que tinha guardado, mas em seu lugar, havia um osso de
fêmur. Assustada, sem entender o que aconteceu, mostrou à suas amigas. Mesmo
assim, naquela noite, como combinado, ficou à porta de sua casa esperando a
procissão passar para perguntar o que tinha acontecido com a vela. A procissão
veio e a mesma mulher da noite anterior foi ao seu encontro. Ela entregou o
osso e perguntou o que tinha acontecido. A mulher tirou o véu de seu rosto e
quando a costureira viu, era um esqueleto que falou para ela nunca mais ficar
na porta de sua casa até altas horas da noite. A costureira, em seguida,
desmaiou e apenas no dia seguinte foi encontrada por suas amigas.
Narrado por: Elielba Ferreira de Lima.
Descrito por: Érica Sheila Matias da Silva (pesquisadora/aluna).
O Tesouro da Fôrma
Essa estória é um fato ocorrido por volta
do ano de 1952. Eu tinha apenas oito anos de idade quando uma noite me apareceu
um espírito de uma velha. Daí em diante, ela começou a aparecer todas as noites
antes de dormir. Ela não dizia absolutamente nada, pois eu sentia muito medo e
não ficava encarando ela, eu dava as costas e depois ia dormir com os meus
pais. Certo dia, meu pai pediu para ela aparecer diante dele. No dia seguinte
ela apareceu a ele, que perguntou: “Fala alma, o que queres?” Ela não respondeu
nada, pois o que ela queria era comigo e não com meu pai.
Cerca de três meses depois, a vinte metros
da minha casa tinha uma árvore com um buraco perto dela e dentro dele havia uma
fôrma (pote de barro ou jarra grande) de barro vazia. Não sei dizer quem tirou
o tesouro dela, mas foi a partir desse dia que o espírito deixou de me
perturbar durante a noite, pois o que ela vinha fazer, aparecendo todas as
noites, era tentar me oferecer o tesouro da fôrma. Como eu sentia medo, ela
ficava calada. Ela queria que o tesouro fosse meu e não do meu pai, por isso
ela não falou nada para ele. Só depois do tesouro arrancado, ela deixou de me
perturbar.
Narrado por: Cleonice de Araujo Silva. Descrito por: Érica Sheila Matias da Silva (pesquisadora/aluna).
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