A luz Azul


Para assistir o Vídeo, Acesse o LINK abaixo: 
http://www.youtube.com/watch?v=MEOS2YB04Mc&feature=youtu.be&hd=1





                                O Mistério da Luz Azul


     Nem sempre histórias de rua são assustadoras, mas a que iremos relatar causa certo desconforto e arrepio que corre na pele, nos fazendo viajar em um mundo em que o imaginário se confunde com a realidade. A partir de relatos dos moradores da Rua do Tambor, no centro da cidade de Rio Tinto, tivemos conhecimento acerca de um mistério que marca a vida de parte das pessoas que vivem na região: O Mistério da Luz Azul.
     
Procurando por histórias de vida, chegamos ao encontro de indivíduos envolvidos diretamente com essa intrínseca realidade, e, com o interesse de trazer à tona essa “memória subterrânea” (POLLAK, 1989) existente na região, fomos num sábado à tarde, especificamente no dia 14 de setembro de 2013, na casa de um dos moradores, que fora indicado por Wellington Lima (um dos pesquisadores/aluno), buscar relatos sobre essa grande inquietação. Antes disso, alguns moradores se recusaram a falar sobre o tal mistério, a exemplo de uma antiga moradora “X”, que disse: “Não é bom falar sobre a luz, pelo sofrimento causado na época”; como também o morador “Y”, que se recusou totalmente a conversar esse assunto.
         
Dito isto, buscamos outros moradores interessados. Um deles foi a senhora conhecida por ‘Dona Lico’, onde em seu quintal as ocorrências da luz misteriosa eram mais presentes. Ela reside na esquina da Rua do Tambor há cerca de 70 anos, e nasceu e permanece na mesma casa, sendo uma pessoa de profundo respeito para com seus vizinhos, e vice-versa, por a terem como uma pessoa pacata e simples.

Assim, sempre por volta das seis horas da noite, os moradores da Rua do Tambor já ficavam na expectativa dos ventos fortes que sopravam em seus quintais. O auge do Mistério da Luz Azul se deu entre as décadas de 1940 e 1950, período em que eram muito comuns os quintais formados por faxinas (espécie de raiz tirada das matas) e bananeiras que formavam um cenário propício à sensação de medo e inquietação, dado os ruídos estranhos que fazem com o passar do vento.

E era em meio ao “medo” e a “obrigação” – das tarefas do cotidiano das donas de casas, incluindo recolher as roupas dos varais – que surgia então a misteriosa e temerosa luz, de maneira surpreendente, forte e azul, passeando através dos quintais e indo por muitas vezes nas portas das cozinhas das casas, lenta e constantemente, fazendo seu trajeto como se tivesse algo para dizer ou mostrar aos moradores da rua. 

Seu constante aparecimento fez com que as mulheres tomassem uma atitude: relatar aos seus pais e maridos o ocorrido. Tudo era muito estranho, uns diziam que era alma de uma criança em forma de luz, outros afirmavam que era alma de uma mulher, baseando-se nos dizeres de um homem que comentou que, ao passar em direção a um sítio, seguiu uma luz por um tempo e quando a perdeu de vista, por trás de um pé de manga, o mesmo arrudiou-a, armado de sua faca e viu uma mulher de vestido amarelo, de corpo esguio e de cabelos ruivos. Assustado, tocou em seu ombro frio e falou: ‘Oi dona!’. A mesma abriu a boca e sem dizer uma só palavra desapareceu.

A Dona Lico contou que houve uma época que parecia uma procissão. As pessoas acompanhavam a luz, temerosas, mas mesmo assim a seguiam. Porém, ninguém nunca viu para onde ela se destinava. Com o passar do tempo, acreditavam que essa luz vinha da Casa Grande (chalé 55, da família Lundgren, os fundadores e dominadores da cidade de Rio Tinto). Aos poucos, a luz azul misteriosa teve suas aparições reduzidas, contudo, Dona Lico diz que se olhar para as mangueiras existentes em seu quintal, local este que se manteve intacto com diversas árvores e alguns animais, se conseguirá ver a luz, porém, confessa que sem seus pais vivos e seus irmãos morando juntos, teme fazê-lo, mas que a luz azul esteve sempre presente desde a sua infância.

Outra moradora a nos dar informações acerca desse mistério, foi a Dona Antonia, que remeteu a aparição da luz a quando se soava o toque da fábrica, exatamente à meia noite. Dizia que ao toque da sirene neste horário, a luz aparecia no quintal de sua casa. Ela relatou também que antigamente as pessoas sofriam muito pela dominação da fábrica e que muita gente tinha sido morta, pois até encontraram ossos próximos a sua residência, na época em que a Fábrica de Tecidos Rio Tinto encontrava-se ativa.

Dona Antonia afirmou que: “era muito sofrimento antigamente, principalmente a mulher naquele tempo, né, que num podia sair de casa direito”. Faz essa argumentação remetendo ao sofrimento experimentado pela exploração fabril em sua cidade. Logo, perguntamos se esse sofrimento tinha algo a ver com a aparição da Luz Azul, ela disse que até podia ser, mas não tinha certeza. Ela afirmava ainda que, no canto onde foram encontrados os ossos, as pessoas que não seguiam as regras impostas pela dominação fabril costumavam ser levadas para serem castigadas, e que a luz também aparecia lá.

Verdade para uns, “invencionice” para outros, o “Mistério da Luz Azul” persiste no tempo e na memória dos moradores de Rio Tinto.

Pesquisadores/alunos: Jomar D'Araújo, Wellington Lima e José Muniz. Moradores entrevistados: Dona Lico e Dona Antonia; os moradores “X” e “Y” não quiseram falar sobre a história, como também, não permitiram usar o seu nome no trabalho, pois tinham medo do que lhes podia acontecer, recordando desta história.

Um comentário:

  1. Boa noite, é de se suspeitar e acreditar, minha mãe acaba de relatar, que hoje dia 11/11/2015, por volta de 1:00h da manha, saindo da cozinha para a casa dos fundos, se deparou com uma luz azul, incandescente, com duração segundo ela de 5min. e quando tentou voltar para chamar um de nós, a luz azul, passou por cima da casa e desapareceu.

    Att. Laércio Leite
    Serra Talhada - PE.
    87 3831-4183
    para mais detalhes.

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