A Botija

História da “Botija”




Quando criança, comecei a ouvir lá no meu interior da Paraíba histórias de descobridores de botijas (baús), que perduram em várias cidades nordestinas.

Contavam os mais velhos que nos séculos XVIII, XIX e até quase a metade do século XX, o povo do interior costumava guardar suas riquezas – moedas de ouro, prata e cobre – escondidos em latas de metal quaisquer, ou em outros objetos que comportassem as riquezas a ser conservadas, como baús revestidos de chapa de metal enterrados. O lugar era marcado por pedras, ou se situava em acidentes geográficos ou embaixo de grandes e velhas árvores. As latas eram colocadas nas paredes grossas das casas e os baús (“butijas”), longe, enterrados. O costume se fazia pela falta de bancos, pelo medo de roubo e por não ter com que gastar o muito lucrado.

Sertanejos faziam quase tudo, e se às vezes tinham o que comprar, guardavam uma minguada economia que sobrava sempre e assim se mantinham. Dizem os mais velhos que por vezes o felizardo que procurava a “butija”, sonhava com o lugar, ou por pura sorte, cavando, a encontrava. Para completar o quadro, era corrente a história de que ao cavar, o astuto e ambicioso tinha visões macabras, como fogo queimando o corpo, cobras se enroscando nas pernas e espíritos penados a mandar que parasse a escavação. O certo era que das histórias que ouvi muitos fugiram e se desequilibraram mentalmente, outros mais corajosos iam até o fim, mas bastava abrir o baú de madeira carcomida, tudo sumia com um gemido medonho.

O que levava estas “botijas” a serem esquecidas era a morte repentina do dono, por só ele saber onde ela estava, ou o esquecimento pela idade que fazia o dono da “botija” procurar e não mais achar o lugar correto. Além disso, dizia-se que a assombração era porque o espírito não teria paz enquanto não revelasse o segredo do dinheiro e riquezas que em vida não usufruiu, e que o ouro e a prata o prendiam naquele lugar.

Verdadeiro ou falso, muitos descobriram esses tesouros e formou-se lenda no sertão: dinheiro não gasto traz a perdição do falecido! O tempo das “botijas” passou. Mas, quem pode afirmar quantas ainda estão a esperar o seu descobridor. Com modernos aparelhos a detectar metais, um corajoso aventureiro não há de voltar de mãos vazias, ficando rico da noite para o dia e finalmente libertando o espírito que a enterrou. Será?

Diante de tudo isso, em uma cidade circunvizinha do Litoral Norte paraibano, chamada Capim (com cerca de 5.600 habitantes), ouvimos e vemos através de um pequeno filme, uma história vivenciada pelos próprios moradores sobre a “Botija de Capim”, em que no final, as pessoas que procuravam a riqueza, sempre terminavam mal. Sonho ou realidade, a história da “botija” teve seus acontecimentos vividos e experimentados de forma real pelos moradores da cidade de Capim. 

Pesquisadores/alunos: Severina Márcia, Catiane Barbosa, Ana Lúcia, José Sabino
Narrador: Rodrigo Brito 

Para Assistir o Vídeo, acesse o LINK abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=81ltji-KgqQ&hd=1 

Fontes
Imagem I: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2k_Nyj5486O3UCc5KwiX9p87_9O7ldjP3CABisIm7JjbnFEc51oVuaTxFMbYJAnnxPuS-nAe06bbSZ7POw0ytdA5MJMiafq3iTKo-4AeSk0bTq1_gU61Uvl5RhyphenhyphenqVLH8DCtCjmkIzb-nL/s320/botija+1.png
Imagem II: http://img856.imageshack.us/img856/6915/cofre.jpg































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